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Uso de tecnologias combinadas pode ser a solução para problema do lixo na RMB, aponta estudo

Em meio a letargia que os principais municípios geradores de resíduos sólidos se encontram para dar uma destinação ambientalmente correta ao lixo da Região Metropolitana de Belém, a Prefeitura de Marituba tomou a iniciativa, uma vez que o município e seus moradores são os mais afetados pelo problema, e apresentou na manhã desta terça-feira (05), na sede do IESP – Instituto de Ensino de Segurança do Pará – IESP, centro de Marituba, alternativas para a solução do grave problema.

O estudo realizado pelo professor-doutor Mário Russo, especialista internacional em gestão de resíduos sólidos pela ISWA – International Solid Waste Association,  mostrou ao público a viabilidade de implementação de tecnologias combinadas, e já aplicadas em outros países, para serem desenvolvidas na questão de equacionar o grave problema gerado pelo lixo de Marituba e os municípios que compõem a Região Metropolitana de Belém. Para ele a solução existe, mas o que falta é vontade política para isso, critica.

De acordo com o professor Mário, o estudo de Viabilidade de Solução para o Tratamento e Valorização de Resíduos Sólidos da RMB, revelou que são produzidas 1.400 toneladas/dia e Marituba produz apenas 4,5% desse total, sendo 45% da totalidade de massa orgânica, 28% de materiais recicláveis e 29% de rejeitos. Tudo isso a um custo de 90 reais por tonelada a ser tratada pela empresa Guamá Tratamento de Resíduos Sólidos.

O novo modelo prevê a adoção de coleta seletiva de lixo, compostagem do material orgânico, gaseificação pirolítica de resíduos e o aterro sanitário. No final do processo haveria possibilidade de gerar a produção de biodiesel, gás de síntese e “negro de fumo” por pirólise, além da produção de fertilizantes. “Geramos renda, emprego de qualidade, valorizamos o processo e barateamos o custo de tratamento para 88 reais a tonelada tratada e serviremos de exemplo para os outros municípios. É uma questão de decisão política apenas”, define o professor Mário.

Todos os prefeitos da RMB foram convidados para a reunião, mas apenas os prefeitos de Marituba, Mário Filho e o de Santa Bárbara, Nilson dos Santos, participaram do evento, já que Ananindeua e Belém mandaram apenas representantes. Vereadores dos dois maiores municípios e de Santa Bárbara também estiveram presentes. Ministério Público foi representado pela promotora Marcela Melo, o representante da Câmara Municipal, vereador Ruy Begot e o Secretário de Meio Ambiente, Gabriel Leão, ambos de Ananindeua,  Secretário de Meio Ambiente de Santa Izabel Jorge Bittencourt e o Secretário de Meio Ambiente de Marituba, Ismaily Bastos, também estiveram presentes.

A promotora Marcela Melo destacou a presença de moradores e representantes da população de Marituba e Santa Bárbara no auditório do IESP. “Me surpreendeu muito a participação da população, buscando soluções, lutando pelos seus direitos”, disse.

Marcela Melo destacou também o trabalho do Ministério Público Estadual, que há dois anos determinou a empresa Guamá a implantação de mantas para evitar a contaminação do solo e a destinação do chorume, o que não vinha sendo cumprido pela empresa.  “Se fossem aplicadas todas as medidas, os impactos seriam mínimos para a população”, lembrou.

Ela também elogiou a iniciativa de Marituba por ter apresentado “uma solução concreta” para a situação e disse técnicos do MP farão um estudo de viabilidade econômica e dos impactos sociais e ambientais do projeto. “A Prefeitura de Marituba está de parabéns por ter iniciado esse processo de apresentação de uma solução para essa questão do resíduo sólido que não é somente de Marituba, mas de toda a região metropolitana”, concluiu.

O prefeito Mário Filho destacou a necessidade dos demais municípios se integrarem e iniciarem um consórcio para o andamento do projeto.  “Nós já temos a solução para Marituba. Mas o quê adianta para nós termos essa solução se Belém e Ananindeua continuam colocando lixo no aterro?”, questionou.

Consórcio – Mário Filho define que a criação de um consórcio com todos os municípios envolvidos é a solução e fundamental para a implantação do projeto, mas que não pretende esperar pelos demais para solucionar a questão que vem afetando a população e Marituba. “Produzimos 16 toneladas de lixo por dia, um caminhão de lixo, mas recebemos 300 de Belém e Ananindeua diariamente. Fomos atrás de resolver o problema. Mas Marituba vai ficar exclusivamente com um modelo desenvolvido para atender a Região Metropolitana de Belém?”, cobrou o prefeito.

Mário Filho lembra que o estudo foi feito para resolver o problema da região metropolitana, “pois não vamos poder hipotecar nosso futuro”. “Nós temos que dar uma solução para o lixo. Não adianta apenas dizer que vai fazer aterro, porque aterro não se faz mais. Aterro não é para ser usado como suporte para depositar lixo. Aterro tem que ser usado como retaguarda no processo. O mundo inteiro hoje avança nessas tecnologias. Nosso país tem que dar o ponta pé inicial nessa tecnologia”.

Sobre a participação das demais prefeituras da RMB, Mário Filho disse que aguarda equipes ou técnicos para detalhar o projeto. “Estamos abertos para qualquer pergunta ou dúvida sobre qualquer coisa. Fazer isso é o papel de todos os municípios envolvidos. Fechamos um modelo e não vamos mais esperar a ‘criação de uma comissão’, isso foi há cinco anos”, ironizou.

Mário Filho e o secretario Ismaily Bastos visitaram oito países para conhecer e junto com o professor Mário Russo chegarem a um modelo que mescla tecnologias diferentes em sua implementação. “Parte vem de Portugal, parte da Itália. Na parte da compostagem seria Itália e Portugal, pirólise seria China e o aterro de retaguarda, só para caso alguma das etapas falhe. De forma geral a gente visitou oito países e adotamos a tecnologia de três países desses. Nós estamos com tudo completo, custo operacional, custo de investimento, tempo de execução, está tudo desenhado, basta que a gente monte o consórcio e partir pra cima disso”, encerrou.

Comus/Marituba

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